A fase inicial deste programa será levada a cabo em Istambul ou Dubai, onde teremos de fazer o visto. Em tempo útil, será decidido qual o local mais adequado. Aproveitaremos o tempo na cidade escolhida para visitar os seus principais pontos de interesse.
Apanharemos um voo para Cabul, e depois de nos hospedarmos iniciaremos o nosso programa na capital afegã no bazar da “chicken Street” o local de comércio por excelência. A vida frenética da capital afegã faz-se sentir não só no seu trânsito intenso, mas também nos vendedores que tentam fazer pela vida. É isso mesmo que iremos vivenciar no mercado de aves, onde vamos experienciar e interagir com o dia-a-dia dos comerciantes locais. Passaremos também pelo “Western cemitery”, onde estão sepultadas tropas inglesas, e de outros países ocidentais, caídos neste país desde os tempos das guerras afegãs em meados do século XIX, a que se juntam as baixas após a intervenção da NATO em finais de 2001. No dia seguinte continuaremos a conhecer alguns pontos fotogénicos desta cidade de quase oito milhões de habitantes, e subiremos até aos jardins de Babur para apreciar toda a paisagem que dali temos sobre Cabul, num sítio calmo, bem longe da confusão urbana.
Seguiremos agora para Bamiyan de carro, rumo à terra das tristemente célebres estátuas budistas dinamitadas pelos talibãs na Primavera de 2001. É possível visitar aquele que, mesmo assim, é um dos grandes pontos de interesse turístico no Afeganistão, e dá para subir através de um acesso no interior do monte ode estavam as figuras destruídas e, do seu alto, vislumbrar uma impressionante paisagem natural. Mas há muito mais para ver por aqui, como os seus bazares que ainda nos dão um toque tão autêntico do que foi, outrora, a rota da seda. Para os curiosos do conflito com a União Soviética, há tanques de guerra que se podem ver e inclusivamente subir para o topo dessas pequenas fortalezas sobre lagartas que hoje mais não são do que um mono ali estacionado eternamente. Alguns são alvo de atividades de arte urbana.
Esta cidade é um oásis que bem se vê do cimo de Shahr-e Gholghola, uma antiga cidadela que foi conquistada e destruída pelas hordas mongóis no século XIII. É uma experiência fascinante subir a esta antiga fortaleza, que ainda conserva algumas torres originais e daí contemplar todo o espaço envolvente. Ou para imaginar o porquê do seu triste fim, há cerca de oito séculos atrás, lhe ter dado o nome de “cidade dos gritos”.

Mas vamos também explorar um dos principais vales que ainda hoje alimentam o centro urbano, como Shahr-e Zuhak, a “cidade vermelha”, uma imponente cidadela construída no século V a.C. que, nos seus tempos áureos, chegou a albergar 3000 habitantes, até ser também tomada pelo exército mongol. Subir toda essa encosta é uma experiência muito cinematográfica, como se estivéssemos a visitar o cenário de um filme que se assemelhasse ao “Senhor dos Anéis”, a julgar pela tonalidade exótica em tom avermelhado deste relevo que se ergue tão imponentemente, em perfeita conjugação com o que resta das estruturas defensivas que durante séculos a fio foram dissuasoras perante o apetite de conquista dos povos inimigos. Quem chegar ao seu topo, terá a sua mais que justa recompensa ao poder contemplar uma das mais belas paisagens que este país tem para oferecer, com os topos das montanhas que se apresentam perante nós, a que se soma o que resta de uma peça de artilharia da presença soviética durante a guerra que assolou este estado na década de 80. Hoje, é uma bandeira do regime talibã que ondula sobre essa relíquia de um passado não muito distante.

E a somar-se a isto, o fantástico parque natural de Bandar-e- Amir, com uma das mais soberbas paisagens que este país tem para oferecer. Falamos de um enorme espelho de água límpida e azulada escavado numa região desértica onde são raros os sinais de vida. Hoje, é um dos principais pontos de interesse turístico do Afeganistão, onde abundam visitantes dos vários cantos deste país que aqui procuram este monumento da natureza para relaxar, se divertirem e passar férias. Pelo caminho, ainda visitaremos o Dragon Valley, uma formação rochosa com uma enorme fenda que rasga todo aquele espaço de um lado ao outro.
Continuaremos agora estrada fora com destino a Cabul, mas ainda teremos tempo para visitar alguns povos nómadas que ainda vivem em cavernas. Será uma oportunidade para nos confrontarmos com um estilo de vida muito diferente do nosso. Na manhã seguinte, apanhamos um voo interno para Mazar-e-Sharif. Será um dos momentos propícios a fazer compras nos seus infindáveis mercados, com destaque para os bazares de especiarias, ou mesmo de vestuário, onde se encontram toda a espécie de peças de roupa, como as tão faladas burqas. Visitaremos a icónica Mesquita Azul, um dos mais belos edifícios que se podem visitar neste país, além do mausoléu de Hazrat Ali, um dos mais belos exemplos da arquitetura islâmica.
Iremos até Samangan, onde se encontram as ruínas de takht-I-Rustam, uma estupa budista escavada na rocha que é um dos sítios arqueológicos mais famosos do Afeganistão. Não deixaremos perder uma expedição ao vale de Charkent e a sua impressionante porta de Gengis Khan, cenário de vários episódios ao longo da história nas lutas com os mongóis, ou como ponto de fuga de refugiados na guerra com o exército soviético ou, mais tarde, com os talibãs. Será também obrigatória uma visita ao palácio Chahar Kint, em Khulm, uma majestosa construção soviética que servia como centro cultural, ainda com vestígios desses tempos, mas hoje transformado numa base talibã.
Bem perto de Mazzar-i-Shariff localizam-se as ruínas de Balkh, cidade fundada pelas tropas de Alexandre Magno no século IV a. C., aquando da sua incursão pelos confins da Ásia Central. Além de uma parte da muralha desta remota época, há para ver templos zoroastras, torres de vigia naquela que foi durante séculos uma das grandes referências da rota da seda. Não obstante o seu património estar degradado, a sua simbologia compensa. Mas por outro lado teremos, no centro da cidade, a famosa Mesquita das Nove Cúpulas.
Por fim, regressaremos por via aérea a Cabul, onde ainda nos alongaremos a conhecer a mesquita Shah Do Shamishira, uma das principais da capital. A última imagem que faremos será a partir do alto das montanhas de Bibi Mahro, a partir de onde teremos uma soberba panorâmica sobre a cidade.
Daqui, voaremos para Portugal.